Aceite pela maioria como rainha do panteão lusitano, Nabia é a Senhora das Águas. O seu culto seria mais forte no local que hoje chamamos de Braga, mas também tem algumas aras na Galiza e ao longo do Tejo.
As aras a Nabia são as mais descritivas, incluindo caracterizações da Senhora e figuras, o que torna das Deusas mais reveladas do panteão. Modernamente, é considerada padroeira de Portugal pelos pagãos devotos a ela, por semelhanças à Santa Cristã que tem o mesmo papel. Sabemos das figuras nas suas aras que teria como símbolo a Lua, e seria uma mulher velada com um pássaro próximo de si.
É ainda a Deusa mais emparelhada com outros Deuses nas suas aras, o que faz o seu papel como Mãe e Rainha ser muito provável. No entanto, temos a sua descrição como “excelente virgem protetora e ninfa dos Dánigos”, o que nos dá as associações virginais e aquáticas, tal como o seu nome significar “curso da água”.
Nabia é mais assimilada a Juno pelas suas funções de rainha, mas há quem encontre uma vertente primaveril e ctónica nos seus epítetos, o que a aproximaria de Proserpina. Tem ainda uma vertente protetora e talvez guerreira, o que aumenta a amplitude de funções desta Deusa. O mais possível é que fosse uma Senhora ambivalente e cujo domínio fosse geral como Rainha, afetando então todo o mundo à sua volta, e não apenas a água. Conseguimos ver em Nabia um culto à necessidade da água para todos os aspetos da vida, daí esta amplitude. Os seus muitos epítetos também sugerem isto. Temos alguns gerais, como Dea ou Corona, simplesmente a reconhecer a sua posição como Deusa e Rainha. Claro, não faltam os possíveis locais de culto antigos e misteriosos, como Arconunis, vindo de Arconunieca, Elaesis de Elaesurraega, ou Sesmaca de Castellum Sesmaca. Os que são mais relevantes à nossa prática são aqueles que apontam funções especificas, como Conservatorix, que nos sugere uma vertente de guardiã, protetora, guerreira; Cornigera, a com cornos, uma vertente animal, talvez associada a magia e ao submundo; Virgini, que nos revela uma protetora de jovens e mulheres; Nimphae, a ninfa, que sugere uma relação aos seres mágicos; e Cantibidone, dos limites, que aponta para as suas funções liminais;
É a única Deusa com uma data de celebração: 9 de Abril.
No Iseum dos Limites da Lua, adoramos Nabia como Rainha dos Limites e Senhora Lunar.
Bênçãos de Nabia Ninphae Cantibidone!
