Fadas

jun. 28, 2024 0 comments

 A Sacerdos é iniciada não só no serviço de Nabia e Ataegina, mas também do serviço aos Seres Mágicos da Península Ibérica, a prática feérica. Comunicamos com as Fadas e servimos de elo de comunicação entre elas e o nosso mundo. Como devotos do Liminal, respeitamos o véu para o Outro Mundo e todos os seres que passam por ele. É nossa missão identificá-los e trabalhar com eles. Aqui deixamos a nossa visão dos seres mágicos ibéricos e a sua relação com o Iseum. 

Ninfas

Consideramos Ninfas todos os Seres Mágicos com associações a água. Vemos estas Fadas como filhas de Nabia, criadas e protegidas por ela. A palavra Moiras, Janas ou Bruxas também pode ser utilizada como sinónimo de Ninfas ou Fadas, mas aqui separamos estes seres sob características diferentes. São tipicamente femininas, e trazem consigo histórias tanto de amor como de dor. 

Moiras Encantadas: Figuras femininas que morrem de forma injusta, frequentemente com um amor ou felicidade perdida, que são permitidas permanecer neste mundo agarradas a uma pedra ou fonte. Podem ser libertas, e têm um grito e beleza distintos.

Janas, ou Moiras Fiadeiras: Donas do destino e da casa. São tão misteriosas como espertas, podendo aparecer no lar, num riacho ou numa ribeira. Se forem oferecidas pão/bolo, leite e mel, poderão oferecer um trabalho tecido por si, abençoando o fadário da pessoa que o mantém. 

Bruxas ou Moiras Lavadeiras: Velhas que aparecem nas fontes e ribeiras, cobertas de sangue e envoltas em luzes. Batem com a roupa nas pedras, e podem pedir a quem as veja para as ajudar a lavar. Podem tomar a forma de patos ou gansos brancos. 

Marinhas: Figuras femininas com pernas de peixes, pés de cabra e lóbulos aumentados. São mudas, podendo ocasionalmente largar um grito inquietante. Podem viver entre humanos se forem raptadas, mas nunca muito tempo. 

Traquinas

Por falta de uma melhor palavra, consideramos Seres Mágicos traquinas todo o ser de estatura diminuta, frequentemente encontrado em casa e comparado a uma criança em histórias populares. Estes seres são propícios a traquinices, algumas mais inofensivas, outras, mais perigosas - mas são também os mais suscetíveis ao entendimento e comunicação mutua, sendo possível um contrato muito facilmente com estes Seres Mágicos. 

Duendes: Seres do lar que podem tanto trazer o caos - ao partir pratos, colocar nós no cabelo, roubar objetos - como ajudar quem vive com eles - lavar a loiça, encontrar dinheiro, coser botões. São o ser mais fácil de encontrar e o mais fácil com que ter um contrato. 

Trasgos: Fazem tudo o que um Duende pode fazer, mas é muito mais propicio a destruição. Pode causar tonturas e amplificar mau-olhado, bem como ser enviado para outra pessoa para a chatear. Podem ser oferecidos pão, bolo ou cerveja para serem pacificados. Usam um barrete vermelho. 

Diabretes/Mafarricos: Seres traquinas que não podem ser pacificados, querendo sempre o caos e destruição à sua volta. Podem ser utilizados para chatear outra pessoa, tal como Trasgos, mas nunca podem dar ajuda doméstica. São retratados como versões pequenas do "Diabo" cristão. 

Almas Penadas

Estes são os Seres Mágicos que não queres ver numa noite fria. São os que mandam calafrios pela tua nuca, aqueles que trazem todos os desastres atrás deles. Apesar de trazerem maus agouros, não quer dizer que não se possa comunicar com eles - mas quase sempre, a estratégia é ignorar ou banir. Estes seres devem ser enviados de volta para o reino de Ataegina, para o Outro Mundo de onde vieram e onde pertencem. 

Maria Gancha: Alma feminina presa num poço com ganchos em vez de mãos. Arrasta para dentro quem se aproximar. 

Olharapos: Gigantes com um único olho, capazes de atos de violência brutal. 

Puca: Alma que toma a forma de misturas de animais negros com olhos amarelos brilhantes. É a morte encarnada em forma de fada.  

Aventesmas: Almas penadas que se conseguem contorcer, encontradas em encruzilhadas. Se fizerem um arco com o corpo, deve-se atirar um sapato por cima desse arco. 

Canídeos

Apesar de também serem considerados maus agouros, colocamos estes Seres Mágicos na sua própria secção por serem lobos ou cães, com histórias mais comuns e mais expansivas pela Península Ibérica que os outros. Estes seres não começam Seres mágicos, mas sim tornam-se num por maldição ou fadário. Não são nem benevolentes, nem maldosos, agindo apenas de acordo com instintos animais. 

Zorras: Raposas sinistras que gritam durante a noite, sinalizando uma morte próxima. Podem ser encontradas em matos, encruzilhadas ou à beira da estrada.

Lobisomens: Figuras masculinas amaldiçoadas - muitas vezes por atos de infidelidade ou mau-estar. Devem correr loucamente todas as noites, e agem como um animal - lavam-se mal, comem e falam com a boca cheia, não respeitam as pessoas à sua volta, tentam entrar em lutas desnecessárias. Podem ser libertos da maldição dependendo da origem da mesma. 

Peeira de Lobos: Uma Fada que consegue controlar seres mágicos canídeos, cuidando deles e comunicando com eles. Como os seres animalescos não têm noção para comunicar, deve ser chamada a sua Peeira de Lobos para qualquer entendimento. Pode também tomar a forma de um lobo e curar qualquer mal. 

Corrílários: A alma de um cão ou lobisomem que morreu injustamente ou de forma violenta. Tem como fadário correr entre este e o Outro Mundo, e toma a forma de um cão negro muito grande. Por vezes, pode ter braços de humano. 

Entidades

Estes são seres mágicos que provavelmente têm origem em Divindades ou são representantes diretos delas. São fadas mais poderosas que as anteriores, podendo ser considerados possível Realeza Féerica. Se avistados, devem ser respeitados de longe.

Velha da Égua Branca: Uma bruxa sábia que protege o Algarve nas noites de lua cheia. Usa um véu branco com fitas vermelhas e cavalga numa égua bela. É a única que afasta o Homem do Chapéu de Ferro. Possivelmente Icona. 

Maria da Manta: Uma besta com chifres e fogo que aparece em rios, lagos e poços. Quer isolamento, pois afoga quem se aproxima. Possivelmente Bandua. 

Homem do Chapéu de Ferro: Um homem inquietante que surge debaixo de oliveiras, figueiras ou à beira de estradas. É acompanhado ou por um porco preto, ou por um grande veado, ou por um galo, todos barulhentos. É canalizador da trovoada com o seu grande chapéu de ferro, e traz destruição e morte a quem inquieta os seus animais. Teme a Velha da Égua Branca. Possivelmente Reve ou Quangeio. 

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